" Por isso, vistam a armadura de DEUS para que, no dia mau, vocês possam resistir e permanecer firmes, superando todas as provas. Estejam, portanto, bem firmes: cingidos com o cinturão da verdade, vestidos com a couraça da justiça, os pés calçados com o zelo para propagar o evangelho da paz; tenham sempre na mão o escudo da fé, e assim poderão apagar as flechas inflamadas do Maligno. Coloquem o capacete da salvação e peguem a espada do Espírito, que é a palavra de DEUS.
Rezem incessantemente no Espírito, com orações e súplicas de todo tipo, e façam vigílias, intercedendo, sem cansaço, por todos os cristãos. Rezem também por mim: que a palavra seja colocada na minha boca, para anunciar ousadamente o mistério do Evangelho, do qual sou embaixador aprisionado. Que eu possa anunciá-lo com ousadia como é meu dever." (Efésios 6, 13-21"
"Peço que rezem por mim, para que meu transplante seja feito com a intercessão de DEUS, pai de infinita bondade." (Geovani - filho de uma professora das escolas do Núcleo de Campo Mourão)
sábado, 29 de setembro de 2007
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Semana Cultural e Desportiva do Colégio 14 de Dezembro
A direção do Colégio Estadual 14 de Dezembro convida a todos para prestigiar no próximo dia 28 a Semana Cultural e Desportiva, que será realizada no Ginásio de Esportes Ary da Silva, com início às 19h 30mim.
XXI Feira Cultural e Científica do Colégio Estadual João XXIII do Município de Mamborê
CONVITE
A Direção, o Corpo Docente e Discente do Colégio Estadual João XXIII do Município de Mamborê, Estado do Paraná, sentir-se-ão honrados com a presença de Vossa Senhoria para participar da XXI FEIRA CULTURAL e CIENTÍFICA, a ser realizada nos dias 24 e 25 de Setembro de 2007, nas suas dependências.
PROGRAMAÇÃO
Dia 24/09/07 (Segunda-feira)
19:00 horas: Abertura da Feira Cultural e Científica, com apresentações artísticas e culturais, após, visitação aos trabalhos.
Dia 25/09/07 (Terça-feira)
08:00 às 11:30 horas
13:30 às 17:00 horas
19:00 às 21:00 horas
Visitação aos trabalhos.
08:30 às 16:30 horas:
Programa “DOE SANGUE, DOE VIDA” com coleta pelo Hemonúcleo de Campo Mourão.
TRABALHOS E
COORDENADORES(AS)
· Biotecnologia: Profas Marta e Celma;
· Curiosidades da Língua Portuguesa: Profas Roni e Edna;
· Química na cozinha: Prof. Denny;
· Água: Profa Gilsamara;
· História da Língua Portuguesa: Profas Dilci, Neusa e Kelli;
· Grandes cientistas e seus inventos: Profas Tere Litron, Maria Aparecida e Inêz Litron;
· Primeiros socorros: Profa Celina;
· Plantas ornamentais: Profas Tere Messias e Sonia;
· Amazônia: Profas Rosangela e Lígia;
· Estrutura etária da população de Mamborê período 1970-2000: Profas Rosiani e Sibele;
· Saúde e atividade física: Profa Kelli e Profes. Leomar e Samil;
· Sistema da canalização de água – cisterna: Profa Sueli e Profes James e Fábio;
· Instrumentos de tortura na inquisição: Prof. Claudir;
· Prevenção de doenças: Profa Cleumeris;
· Câncer de pele: Profa Silvia;
· Por que plantar uma árvore?: Profa Tere Litron;
· Compostagem – reciclagem: Profa Silvana;
· Dependência Química: Profa Valdair.
A Direção, o Corpo Docente e Discente do Colégio Estadual João XXIII do Município de Mamborê, Estado do Paraná, sentir-se-ão honrados com a presença de Vossa Senhoria para participar da XXI FEIRA CULTURAL e CIENTÍFICA, a ser realizada nos dias 24 e 25 de Setembro de 2007, nas suas dependências.
PROGRAMAÇÃO
Dia 24/09/07 (Segunda-feira)
19:00 horas: Abertura da Feira Cultural e Científica, com apresentações artísticas e culturais, após, visitação aos trabalhos.
Dia 25/09/07 (Terça-feira)
08:00 às 11:30 horas
13:30 às 17:00 horas
19:00 às 21:00 horas
Visitação aos trabalhos.
08:30 às 16:30 horas:
Programa “DOE SANGUE, DOE VIDA” com coleta pelo Hemonúcleo de Campo Mourão.
TRABALHOS E
COORDENADORES(AS)
· Biotecnologia: Profas Marta e Celma;
· Curiosidades da Língua Portuguesa: Profas Roni e Edna;
· Química na cozinha: Prof. Denny;
· Água: Profa Gilsamara;
· História da Língua Portuguesa: Profas Dilci, Neusa e Kelli;
· Grandes cientistas e seus inventos: Profas Tere Litron, Maria Aparecida e Inêz Litron;
· Primeiros socorros: Profa Celina;
· Plantas ornamentais: Profas Tere Messias e Sonia;
· Amazônia: Profas Rosangela e Lígia;
· Estrutura etária da população de Mamborê período 1970-2000: Profas Rosiani e Sibele;
· Saúde e atividade física: Profa Kelli e Profes. Leomar e Samil;
· Sistema da canalização de água – cisterna: Profa Sueli e Profes James e Fábio;
· Instrumentos de tortura na inquisição: Prof. Claudir;
· Prevenção de doenças: Profa Cleumeris;
· Câncer de pele: Profa Silvia;
· Por que plantar uma árvore?: Profa Tere Litron;
· Compostagem – reciclagem: Profa Silvana;
· Dependência Química: Profa Valdair.
O Colégio Estadual Unidade Polo apresenta: XII Mostra Interdisciplinar - Tema: Planeta Água
Os alunos da 7ª A, através de maquetes, mapas e cartazes, abordaram os seguintes tópicos: principais rios do mundo; duas fazendas, uma que preservava a mata ciliar e a outra não; os poços na civilização antiga; a qualidade da água; a água subterrânea; o processo civilizatório - "o antes" e "o depois", em relação à água.
O Colégio Estadual Unidade Polo apresenta: XII Mostra Interdisciplinar - Tema: Cisternas
O Colégio Estadual Unidade Polo apresenta: XII Mostra Interdisciplinar - Tema: Biodiesel
O Colégio Estadual Unidade Polo apresenta: XII Mostra Interdisciplinar - Tema: Astronomia
O Colégio Unidade Polo apresenta: XII Mostra Interdisciplinar - Tema: Fases da Vida
Os alunos da 7ª série B, orientados pela professora Gislaine Izelli Santini, apresentaram as seguintes fases da vida: infância, adolescência, vida adulta e velhice.
A 7ª série B, orientados pela professora Gislaine Izelli Santini, apresentaram as seguintes fases da vida: infância, adolescência, vida adulta e velhice.
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
O Programa SUPER AÇÃO em Campo Mourão já é realidade
O Programa Super Ação é composto de ações integradas entre os diversos Departamentos, Coordenações e NREs da SEED, e coordenado pela DIPOL, com o objetivo de potencializar a qualidade educacional no Paraná, superando problemas constatados e localizados em determinadas escolas da rede pública estadual de ensino. Nesta perspectiva, o Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE/SEED integrará o Programa Super Ação por meio da participação dos professores PDE Titulados, que dedicarão no mínimo 64 horas de sua carga horária curricular.
Em Campo Mourão, o projeto Super Ação foi iniciado pela chefia do Núcleo no Colégio Estadual Vinícius de Moraes e contou com a presença de todos os envolvidos no Programa.
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Para uma análise do jornal na sala de aula
Para uma análise do jornal na sala de aula.
Para a análise devemos levar em consideração:
1. Os elementos que compõem um jornal (análise externa):
Ex.: cabeçalho, título, lide e outras partes.
2. Estudo da linguagem e suas funções (análise interna);
3. Comparações de informações;
4. Gêneros Jornalísticos: Jornal Escolar.
Inicialmente, é imprescindível destacar semelhanças e diferenças entre o jornal e o livro:
1. Dimensões;
2. Qualidade do papel;
3. Numeração das páginas;
4. Espaços em branco;
5. Apresentação do texto;
6. Título e nome dos autores;
7. Variedade de caracteres tipográficos (cores, fotos e desenhos);
8. Assuntos tratados;
9. A importância da primeira página;
10. Valor atribuído ao texto.
A análise partirá do exame da PRIMEIRA PÁGINA, que, por sua vez, consta de:
- CABEÇALHO,
- MANCHETE e
- LIDE.
CABEÇALHO
Verbete cujo conceito é explicado em conformidade com o Dicionário de Comunicação de Rabaça e Barbosa (DC):
Título de jornal, revista ou outra publicação periódica, com apresentação visual permanente que permite rápida identificação do periódico pelos leitores. Compreende, além do nome, data, número de edição, preço e outras informações essenciais.
Distinção entre EDITOR e EDITOR RESPONSÁVEL:
EDITOR é a “pessoa que dirige e coordena uma publicação periódica”. Enquanto o EDITOR RESPONSÁVEL é a “pessoa que assume, para efeitos jurídicos, responsabilidade total ou parcial sobre o conteúdo da publicação”.
MANCHETE
Segundo o Dicionário Aurélio, é um “título principal, em letras garrafais, na primeira página de um jornal: “A Voz do Povo dizia, em manchete: “A revolução está praticamente extinta!” (Ribeiro Couto, Prima Belinha, p. 68.) Título de notícia, em letras maiores, em jornal ou revista”.
Já a MANCHETE, segundo o DC, é o
Título principal, composto em letras garrafais e publicado com grande destaque, geralmente no alto da primeira página de um jornal ou revista. Indica o fato jornalístico de maior importância entre as notícias contidas na edição.
A Folha de São Paulo (FSP) em seu Manual Geral de Redação (MGR) apresenta certas especificações para suas manchete, segundo a importância da notícia, afirmando que “a força da manchete decorre em parte de sua feição gráfica”. Assim, os fatos de grande importância ocupam uma linha mas estendendo-se a seis colunas da primeira página (PP). A segunda apresentação, em ordem de importância, ocupará duas linhas em quatro colunas e assim por diante.
A seguir, examinaremos algumas manchetes:
SÍLVIO “VAI À CONVENÇÃO”
COM OS DISSIDENTES DO PFL
Essa manchete ocupou seis colunas.
A segunda notícia, por ordem de importância, ocupa duas linhas em quatro colunas, utilizando-se de um subtítulo:
C I D A D E F E C H A C O N T R A P O L U I Ç Ã O
A Cetesb faz hoje teste simulado de alerta no centro
E interdita ruas até 21 h
A importância dessa notícia é aumentada pela foto que a precede, ocupando uma are de 0,039 cm², ou seja, quase 20% da superfície total da PP.
No decorrer dessa análise salienta-se a importância da definição do posicionamento ideológico, político, e da seleção do público alvo a que você aluno destina a sua informação.
Examinaremos agora uma edição do Jornal do Brasil, que de seus oito títulos, apenas um é mais destacado, em duas linhas e duas colunas:
RIO PROÍBE “SPRAY”
QUE DESTRÓI OZÔNIO
LIDE
Outro elemento fundamental da PP é o lide ou “lead”. O DC informa:
Abertura de notícia, reportagem etc., onde se apresenta sucintamente o assunto. Resumo inicial, constituído pelos elementos fundamentais do relato a ser desenvolvido no corpo do texto jornalístico. O lide torna possível, ao leitor que dispõe de pouco tempo, tomar conhecimento do fundamental de uma notícia em rapidíssima e condensada leitura do primeiro parágrafo. Sua leitura pode também “fisgar” o interesse do leitor e persuadi-lo a ler tudo até o final.
No lide é que encontramos as questões básicas do jornalismo:
QUEM?
ONDE?
O QUÊ?
QUANDO?
POR QUÊ?
COMO?
Na edição de 13/7/88, os lides da PP obedecem de perto a ordem padrão estabelecida:
Os funcionários do Banco do Brasil em São Paulo decidiram realizar hoje uma greve de 24 horas para pressionar a empresa a efetuar até o dia 20 deste mês o pagamento da URP referente aos salários de abril e maio. A decisão foi tomada em assembléia que teve a participação de aproximadamente mil pessoas (o BB tem oito mil empregados na capital).
Agora, você, responda às perguntas:
QUEM?
ONDE?
O QUÊ?
QUANDO?
POR QUÊ?
COMO?
Já neste lide da edição da FSP de 12/7/88, há inversão na ordem da apresentação dos dados:
Num discurso pronunciado no Parlamento polonês, o dirigente soviético Mikhail Gorbatchev propôs ontem, durante o início de sua visita oficial à Polônia, uma reunião de cúpula entre todos os países europeus ainda este ano, com o objetivo de discutir a redução de armas convencionais no continente.
Responda às perguntas pela ordem:
COMO?
QUEM?
O QUÊ?
QUANDO?
POR QUÊ?
No Jornal do Brasil do Rio de Janeiro, (10/6/88) a ordem das informações no lide é variada:
Decepcionados com a baixa produção de Serra Pelada, 4 mil garimpeiros invadiram, desde o início de maio, o Morro de Cotia, iniciando uma nova corrida do ouro no sul do Pará.
Perguntas:
POR QUÊ?
QUEM?
O QUÊ?
QUANDO?
ONDE?
COMO?
O Jornal da Tarde, de São Paulo, (1/7/88), em seus poucos lides, também segue uma ordem semelhante na apresentação das informações:
Os empresários da zona sul da cidade, a região mais afetada pelo racionamento, pretendem processar a SABESP pelos prejuízos diários que estão tendo com a falta de água. Os setores da construção civil estão sendo obrigados a paralisar algumas obras e dispensar operários, ou então comprar água pagando até CZ$ 30 mil por um caminhão-pipa. Página 13.
O lide do JT não é apresentado em coluna, mas em linhas de comprimento irregular e caracteres tipográficos maiores, acompanhando o estilo chamativo da sua PP. Entretanto, segue a ordem-padrão dos informes:
Perguntas:
QUEM?
O QUÊ?
POR QUÊ?
QUANDO?
COMO?
ONDE?
Como o jornal acompanha o desenrolar dos acontecimentos no seu dia-a-dia, pressupõe-se que os interessados estejam a par dos detalhes omitidos, já divulgados nos dias anteriores, não havendo necessidade de repeti-los em cada edição do jornal. Assim, por exemplo, nestas manchetes da FSP de 26/8/85:
SNI INVESTIGA O CASO DAS PEDRAS (seis colunas PP)
CONTRABANDO É “CASO POLÍTICO”, DIZ CHEFE DO SNI
(idem pág.5)
Tanto uma manchete como a outra pressupõem que o leitor esteja acompanhando os fatos.
Faz-se importante orientar ainda quanto à manchete em que há ambigüidade de informações:
CORREÇÃO VOLTA AO QUE ERA (seis colunas PP)
LEVANTAMENTO, RESUMO, RUBRICAS e CLASSIFICAÇÃO dos ASSUNTOS da PP
O Levantamento dos assuntos da PP comporta três atividades:
1. A leitura da notícia, que inclui manchete, lide e análise das fotos;
2. Redação de uma rubrica que sintetize o assunto;
3. Classificação dos assuntos em rubricas mais gerais.
Exemplos de Manchetes e Rubricas:
CIDADE FECHA CONTRA POLUIÇÃO (manchete)
Poluição em S. Paulo: teste simulado de alerta
Contra a poluição no centro de S. Paulo,
Feita pela CETESB. (rubrica)
GOVERNO QUER ALTERNATIVA PARA ANISTIA (manchete)
Anistia a médicos e pequenos empresários
e produtores rurais: antecipação do governo,
oferecendo algumas concessões. (rubrica)
RECEITA COBRARÁ Cz$ 80 BILHÕES DOS USINEIROS (manchete)
Dívida de usineiros à União: início da cobrança
pela Receita Federal da dívida de 80 bilhões dos usineiros (rubrica)
SUPERMERCADO NA Z. NORTE TAMBÉM CONGELA
PREÇOS
(manchete)
Combate à inflação: congelamento voluntário de
Preços em supermercados da Z. Norte do Rio.
(rubrica)
Para agrupar as notícias em rubricas mais gerais, José Marques de Melo em Comunicação Social – Teoria e Pesquisa sugere a seguinte classificação:
1. Política internacional
2. Política nacional
3. Administração (Executivo, Legislativo e Judiciário)
4. Cultura
5. Religião
6. Economia
7. Esportes
8. Conflitos sociais (onde entram os fatos policiais)
9. Sociedade
10. Meios de Informação (programação de cinema, TV e outros)
11. Informações práticas (meteorologia, conselhos domésticos)
12. Trabalhismo (relações entre patrões e empregados)
13. Classificados
14. Entretenimento.
Para a elaboração da PP você deve ter em vista os seguintes objetivos:
. conciliar o propósito de atrair o leitor com o de preservar a credibilidade do jornal;
. manter o equilíbrio temático, apresentando ao leitor, na medida do possível, a mais variada gama de assuntos: política, economia, exterior, cultura, local, esportes e outros;
. manter o equilíbrio estético;
. refletir o clima geral do dia anterior ou prefigurar o clima do dia que está começando.
A PP compõe-se de CABEÇALHO, MANCHETE, TÍTULOS, CHAMADAS, TEXTOS ASSINADOS, FOTOS, ILUSTRAÇÕES, SUMÁRIO, ÍNDICE, REMISSÕES e PREVISÃO DO TEMPO.
Ainda é importante salientar que a PP não se dirige apenas ao leitor de hoje, mas também ao leitor do futuro. Deve preocupar-se com o registro dramático ou solene de fatos que se transformarão em marcos históricos. Além disso, é necessário que haja uma relação de continuidade natural entre a PP de ontem, a de hoje e a de amanhã.
ESTUDO SEMIÓTICO DA PP
Para esse estudo devemos observar:
. os caracteres tipográficos dos títulos e lides;
. a alternância das cores, das linhas e dos volumes;
. a diagramação.
Quanto ao estudo dos caracteres tipográficos mais comuns em um jornal, segundo o DC temos:
. CAIXA ALTA e caixa baixa: trata-se dos tipos em maiúsculas e minúsculas. Caixa baixa é a “letra minúscula em qualquer processo de composição”;
. Redondo é a “designação do tipo comum de letras em forma de círculo, em oposição ao grifo ou itálico”;
. Grifo ou itálico é a “designação do tipo inclinado para a direita, empregado para distinguir palavras de outros idiomas, termos de gíria, termos de acepções especial, citações, títulos de obras diversas e outras”;
. Negrito é o “tipo de letra cujo desenho se caracteriza por seus traços mais grossos que os dos tipos comuns e é empregado para dar realce a alguma parte do texto, quando é necessário mais destaque do que é obtido por itálicas”.
Observações das Alternâncias das Cores, das Linhas e dos Volumes da PP
Os títulos vêm em caracteres mais grossos e por isso parecem mais negros, as letras finas dos artigos, vistas em conjunto, formam um bloco mais claro, como se impresso em cinza. Alguns jornais destacam seus títulos invertendo o processo: letras em branco em fundo negro, ou menos freqüentemente em outras cores. Ao mesmo tempo, as fotos aumentam a superfície cinza do jornal, ajudando a anunciar esse jogo negro-cinza-branco, que torna a leitura agradável aos olhos. Os bons jornais sabem tirar proveito desse jogo de cores.
Os jornais procuram estabelecer em sua PP um equilíbrio entre o horizontal e o vertical. Isto se faz tanto na utilização dos diferentes caracteres tipográficos, como no arranjo entre a extensão e tamanho das manchetes e as colunas do texto. Tudo isso se organiza num jogo de volumes onde o equilíbrio horizontal-vertical é feito através da diagramação da página.
Observação das Páginas Interiores
Manuseio das Páginas Interiores dos Jornais
No interior da PP encontramos os CADERNOS da edição, que o DC assim define:
Cada uma das partes separadas de um exemplar de jornal. Conforme a ordem, os cadernos comportam gêneros determinados de seções e de matérias. Os jornais diários normalmente reservam o primeiro caderno para as notícias de caráter geral, para os editoriais etc., e o segundo caderno para (...) amenidades, colunas sociais, crônicas, críticas de arte, cinema, teatro e outros. É freqüente a edição de cadernos dedicados a anúncios classificados ou assuntos especiais (tratados em suplementos).
AS CHAMADAS
Chamada é “um pequeno título e/ou resumo de uma matéria, publicado geralmente na PP de jornal ou na capa de revista, com o objetivo de atrair o leitor e remetê-lo para a matéria completa, apresentada nas páginas internas” (DC). A Chamada é redigida logo após o lide.
Exemplos de Chamadas:
PP: GOVERNO FARÁ MAIS CORTES NOS GASTOS
Pág. 9: GOVERNO VAI CORTAR MAIS AS SUAS
DESPESAS DE CUSTEIO
PP: LEIVA USA ATÉ CONTA DE ÁGUA NA CAMPANHA
Pág. A11: LEIVA COMEÇA A CAMPANHA
DANDO DESCONTO NA ÁGUA
CLASSIFICAÇÃO DOS ASSUNTOS NAS PÁGINAS INTERIORES
Os assuntos classificam-se em temas relacionados à vida cotidiana, como o lar, a alimentação, roupas e casa e outros.
Outros critério de classificação é o funcional, associado à própria função do jornal. Dentre as várias funções defina quais você selecionaria para compor um jornal:
. oferecer informações através de notícias;
. oferecer informações através de reportagens;
. interpretar ou comentar informações através de editoriais, artigos assinados e outros;
. publicar anúncios sobre (discriminar cada assunto)
. fornecer serviços, como publicação de editais e outros;
. oferecer distrações através de quadrinhos e outros recursos.
AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM
As funções da linguagem são: REFERENCIAL, EXPRESSIVA ou EMOTIVA, CONATIVA, FÁTICA, METALINGÜÍSTICA e POÉTICA.
Três delas nos interessam particularmente: a função REFERENCIAL, a função EXPRESSIVA ou EMOTIVA e a função CONATIVA.
A Função Referencial
A função referencial é a que estabelece a conexão mais “pura”, mais direta entre o acontecimento e a notícia. É a função que narra o fato com a maior objetividade possível e com a menor interferência.
Questiona-se, então, o que seria essa OBJETIVIDADE.
O verbete OBJETIVIDADE em conformidade com o Dicionário de Língua Portuguesa define como “1. Qualidade do que é objetivo. 2. Caráter de atitude, ou de procedimento, que é, ou pretende ser, estritamente adequado às circunstâncias. 3. Estética. Perfeição do Estilo, do desenho, da execução de uma obra, independentemente do caráter ou índole do respectivo artista. 4. Filosofia. Existência real daquilo que se concebeu no espírito; existência dos objetos fora do sujeito. (Aurélio, 1999: 1426)
Para Clóvis Rossi, a objetividade é um mito e a imprensa, segundo esse mito, “ deveria colocar-se numa posição neutra e publicar tudo o que ocorresse, deixando ao leitor a tarefa de tirar suas próprias conclusões”.
Ciro Marcondes Filho discorda da função referencial “pura”. Para ele, “Notícia é a informação transformada em mercadoria com todos os apelos estéticos, emocionais e sensacionais; para isso a informação sofre um tratamento que a adapta às normas mercadológicas de generalização, padronização, simplificação e negação do subjetivismo. Além do mais, ela é um meio de manipulação ideológica de grupos de poder social e uma forma de poder político.
Segundo esse mesmo autor “OBJETIVIDADE é impossível”, pois “a possibilidade de possuir a verdade é falsa e tende ao discurso dogmático e estabelece as características de um jornal considerado sério (que se aproxima da OBJETIVIDADE):
. o jornal não utiliza sofismas, discursos persuasivos ocultos, afirmações categóricas injustificadas;
. o jornal difunde também interpretações diferentes dos fatos, versões que possam ser discordantes daquela veiculada por ele, para mostrar o caráter hipotético da mesma;
. o jornal deixa bem clara a sua postura ideológica que o leva à interpretação dada à notícia.
A linguagem referencial dos jornais mais sérios é a expressão de uma média lingüística das pessoas cultas.
A linguagem referencial busca a objetividade através de um vocabulário escolhido e certas estruturas lingüísticas.
O vocabulário referencial deve ser denotativo eliminando a subjetividade.
Para um outro autor, Nilson Lage, a linguagem jornalística ideal deve conciliar a comunicação eficiente e a aceitação social, o que na prática reúne tudo o que é possível no registro coloquial e aceito no registro formal.
Assim, fica bem claro, que ele estabelece um polaridade: REGISTRO COLOQUIAL e REGISTRO FORMAL.
Segundo Lage, o registro formal é “próprio da modalidade escrita e das situações tensas” e é “uma imposição de ordem política”. Além do mais, diz ele que “A pressão social valoriza seu emprego e qualifica de erro todo desvio. E nem é o caso de se afrontar cegamente esta imposição: ela se confunde com a idéia de nação, ou de cultura diferenciada, além de permitir que a língua nacional se transforme mais lentamente (em lugar de transmudar-se a cada geração) e que as inovações sejam testadas antes de incorporar-se ao dicionário ou à gramática oficiais.
Enquanto o registro coloquial compreende as expressões correntes na modalidade falada, na conversa familiar, entre amigos”. É mais eficiente do ponto de vista da comunicação e “mais acessível para as pessoas de pouca escolaridade”.
Portanto, equilibrar os dois registros faz-se imprescindível.
Agora, equilibre você. Por exemplo, temos o registro formal: HOMOSSEXUAL e o registro coloquial: VEADO. Qual empregaria?
A um vocabulário pertencente ao registro coloquial, Lage incorpora um série de palavras ligadas ao contexto no momento, assim discriminadas:
. neologismos de origem coloquial sintéticos (fusca, frescão) ou de grande expressividade (dedo-duro, bóia-fria);
. denominações de objetos novos, de origem científica ou popular (leiser, orelhão);
. metáforas com intenção crítica (mordomia, marajá, biônico – e o divertido “fritar um político, um ministro,” que desde agosto de 1988, esteve na imprensa);
. atualizações necessárias (roqueiro, malufista);
. designações técnicas que precisam ser consideradas em sua exata significação para entendimento ou eficácia do texto. A Constituição está nos dando dois exemplos muito citados e discutidos nos jornais: hábeas-data e mandado de injunção.
Lage ainda tendo em vista essa OBJETIVIDADE determina a eliminação dos “adjetivos testemunhais e as aferições subjetivas”. Segundo esse autor não se deve usar “EDIFÍCIO ALTO” e “EPISÓDIO CHOCANTE”. Então, como você empregaria?
Esse último autor preocupa-se com os efeitos de realidade e afirma que:
“A busca de enunciados mais referenciais, concretos, justifica muito do trabalho na apuração de notícias: a hora exata do atropelamento, a placa do carro, o nome inteiro das pessoas, o número do túmulo, vão ter, no texto, EFEITO DE REALIDADE, isto é contribuir para a verossimilhança da história.
Outro aspecto importante no vocabulário jornalístico é a INFLUÊNCIA IDEOLÓGICA. Vocábulos como:
“MUNDO LIVRE”, “INTERNACIONALISMO PROLETÁRIO”, “COSMOPOLITISMO BURGUÊS”, “GREVE” e “LEPRA”. Seriam selecionados por você e digitados em seu jornal?
A linguagem referencial apresenta uma sintaxe de estilo. Lage chama a atenção para a diferença entre linguagem didática, predominantemente metalingüística e jornalística.
Na linguagem didática pratica-se a “explicação ou definição de um item léxico por outro”. Exemplos:
‘ A SOCIEDADE É...”
‘CHAMA-SE DE HEMATÓFAGO...”
“A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS COMPREENDE...”
Na linguagem jornalística tende-se a eliminar as relações de causa e efeito que são trocadas por constatações e justaposições no tempo:
Troca-se o PORQUÊ ou A FIM DE por “VISTO QUE”.
Ainda nessa linguagem para garantir o distanciamento do fato e supressão da subjetividade, costuma-se usar os verbos:
“AFIRMAR, ADIANTAR, PRETENDER, IR ATÉ A ...”
DIZER, DECLARAR e INDICAR são verbos empregados na linguagem jornalística. Então, temos um discurso direto ou indireto?
Além desses traços da linguagem referencial encontramos ainda os jargões. VIATURA e ELEMENTO pertencem a qual jargão?
A Função Expressiva ou Emotiva
A função expressiva ou emotiva, centrada no remetente (eu e nós), tem como objetivo transmitir a emoção de quem fala ou escreve e fazer com que o leitor ou ouvinte a experimente no correr da comunicação. “A mensagem com função emotiva”, escreve Edward Lopes, “ não vale pelo conteúdo intelectual que veicula, mas pela carga emocional”.
Em jornais, a função expressiva ou emotiva está presente em seções bem determinadas: trata-se essencialmente de “matérias engajadas”, de comentários, de enquetes orientadas, entrevistas nas quais a personalidade interrogada exprime evidentemente sua opinião, reprodução de noções, discursos, ordens do dia, notas, crônicas, seções, editoriais, artigos-chave, tribunais livre.
Ela se encontra também em certas manchetes e títulos que têm por objetivo prender a atenção do leitor pelo lado emocional, sobretudo quando referem-se às ocorrências policiais, catástrofes em que os elementos passionais são predominantes.
Entre os processos lingüísticos presentes na função expressiva, o mais completo segundo Jakobson, é apresentado pelas interjeições. Edward Lopes agrega as “palavras utilizadas para a expressão verbal (insultos, termos de calão)”, ao que se poderia acrescentar, as palavras situadas no outro pólo da expressão, como por exemplo as palavras de amor, amizade e de carinho. O mesmo autor inclui nas formas de comunicação através da função expressiva, todas as entonações de voz, nas situações de comunicação oral, “ para (o emissor) expressar o seu estado de ânimo”.
Então, como deve se apresentar a função expressiva?
Através de frases curtas, simples e, freqüentemente elípticas, podendo reduzir-se a uma única palavra, que pode ser um substantivo, um adjetivo, um verbo ou um advérbio, conforme se queira chamar a atenção para os fatos em si, ação ou os seus respectivos aspectos especiais.
Na função expressiva, é importante a escolha de um vocabulário de impacto, que se poderia chamar de palavra choque. O elemento conotativo da palavra é fundamental.
Exemplos de manchetes referenciais tornadas sensacionalistas ou emotivas:
UMA PESSOA EMBRIAGADA FOI ASSASSINADA
COM UMA FACADA NO PESCOÇO
BEBERRÃO ESTREBUCHOU ATÉ A MORTE
COM A FACA NO PESCOÇO
CASAL ENCONTRADO MORTO
NUM DEPÓSITO DE LIXO
UM CASAL DEGOLADO
NUM LIXÃO DE PERUS
Edgar Morin, sociólogo francês, afirma que, nas ocorrências policiais, os elementos protetores da vida normal são rompidos pelo acidente, a catástrofe, o crime, a paixão, o ciúme, o sadismo. O universo da ocorrência policial tem isso em comum com o imaginário ( o sonho, o romance, o filme): infringe a ordem das coisas, viola os tabus, compele ao extremo a lógica das paixões. Tem em comum com a tragédia o fato de se sujeitar à implacável fatalidade. É esse universo do sonho vivido, de tragédia vivida e de fatalidade que os jornais modernos do mundo ocidental valorizam.
Outro exemplo da função expressiva ou emotiva nos jornais está no jargão dos colunistas sociais, no discurso das revistas femininas ou na linguagem das seções esportivas. Todas as três têm como característica fundamental a cumplicidade com o seu leitor ou leitora. Segundo Paillet, a característica mais importante da linguagem das seções esportivas é que:
“torna-se ela mesma o fato, e ela hierarquiza o acontecimento entre o editorial circunspecto, técnico e sem apelo, a notícia superfatual, o relato lírico, as indiscrições destiladas, as entrevistas reveladoras e dramáticas, os comentários esportivamente espirituosos... Aí o fenômeno lingüístico expressivo, portanto, ao abrigo de uma função aparentemente conativa, encontra uma amplidão singular. O referencial é claramente a ocasião oportuna para um discurso cultural que veicula estereótipos simples, evidentes, tipos humanos, valores morais.
Estes aspectos específicos da linguagem esportiva atingem um ponto muito intenso em NPs (Notícias Populares) onde encontramos textos e manchetes de alto teor conotativo, metafórico, como estes:
TIMÃO CAI FEIO E
DEIXA FIEL CURTINDO UMA FOSSA
VERDE CHORA NA VITÓRIA
Agora, você, transcreva o texto abaixo que se apresenta em linguagem expressivo-poética em linguagem referencial:
Doce Maria,
Você,
Que é meu anjo tutelar
Vá cedinho à estação ferroviária,
Assim que raiar a aurora de róseos dedos,
E compre uma passagem no trem das oito da noite
Para a cidade do sol e das praias.
Não esqueça, grave em seu coração:
Se eu não for para o Rio de Janeiro,
Adeus cliente...
Adeus dinheiro...
Uma outra atividade que você pode fazer é a de apontar em cada frase o centro de interesse de cada uma das notícias abaixo:
(1) TORCIDA DEIXA JUIZ FURIOSO
MAMONAS SÃO LANÇADAS À QUADRA
(2) JUIZ BOTA A BOCA NO TROMBONE
CONTRA TACADORES DE MAMONA
(3) IRRITADO, JUIZ DISCUTE COM A TORCIDA:
O LANÇAMENTO DE MAMONAS ATRAPALHA OS JOGOS
(4) MAMONAS SÃO ARREMESSADAS À QUADRA:
JUIZ XINGA A TORCIDA
A Função Conativa ou Interpelativa
A função conativa ou interpelativa recai sobre o destinatário, ou seja, o “tu”, “você”, “o senhor”, “a senhora” e todas as possíveis expressões que possam ser entendidas como vocativo, sejam elas, “Colombo! Fecha a porta de teus mares”. Aqui temos o vocábulo: Colombo.
Ela é muito usada em avisos, textos publicitários, cartazes, textos políticos, panfletos, orações, correspondência profissional, mensagens radiofônicas, televisivas, diálogos, debates, projetos, reuniões em assembléias, sermões religiosos, tendo como finalidade a de convencer o interlocutor.
Em relação ao modo verbal, usa-se o imperativo, como por exemplo: “Vote em Fulano”.
O trabalho com a publicidade é um excelente meio de praticar a função conativa da língua. Exemplos, tais como:
“Leve a melhor, levando Lavínia (máquina de lavar).”
“Monte sua frota Fiat, pelo preço de um frete (automóvel marca Fiat).”
Os dois exemplos acima apresentam bastante sonoridade.
“Na embalagem da pureza, a pureza da embalagem (anúncio de leite).”
“Citro, a linha do homem de linha (produtos de toalete).”
Os dois exemplos seguintes, apresentam, além da sonoridade, a duplicidade do sentido da palavra “linha”.
E, para finalizar:
“Use Avanço que elas avançam”.
Além do verbo estar no modo imperativo, a linguagem publicitária apresenta um perfume. Em nossa sociedade convencionou-se que “homem macho” não usa perfume, no entanto, a publicidade quer justamente vender o perfume para os machos explícitos.
A NOTÍCIA
Os especialistas em jornalismo fazem distinção entre NOTÍCIA e REPORTAGEM.
Nilson Lage, em Estrutura da Notícia, a define “como o relato de uma série de fatos a partir do fato mais importante ou interessante”. Já a reportagem procede ao “levantamento de um assunto conforme ângulo preestabelecido”. Ele afirma que “noticia-se que um governo foi deposto (por um golpe); fazem-se reportagens sobre a crise político-institucional, econômica, social (...) que levou ao golpe, sobre um ou vários personagens envolvidos no episódio. A notícia é bem mais rígida, haja vista o modelo de notícia ser o LIDE. O DC completa:
Notícia é a informação exata e oportuna dos acontecimentos, opiniões e assuntos de todas as categorias que interessam aos leitores; são fatos essenciais de tudo o que aconteceu.
Para se produzir uma notícia é preciso que o redator pesquise, apure os fatos, selecione os dados importantes e os interprete. Sua linguagem ligada à função referencial, tem estrutura rígida. Escreve Lage que
“Conceitos que expressam subjetividade estão excluídos: não é notícia o que alguém pensou, imaginou, concebeu, sonhou, mas o que alguém disse, propôs, relatou ou confessou. É também axiomática, isto é, se afirma como verdadeira: não argumenta, não constrói silogismos, não conclui nem sustenta hipóteses. O que não é verdade, numa notícia, é fraude ou erro.”
A REPORTAGEM
Como na notícia, a reportagem também exige uma rigorosa “cobertura, apuração, seleção dos dados, interpretação e tratamento, dentro de determinadas técnicas e requisitos de articulação do texto jornalístico informativo” (DC)
Para o MGR (Manual de Gramática e Redação) “fazer uma reportagem é dirigir-se a um determinado local para, de volta à redação, relatar ao leitor por meio de palavras e/ou imagens o que se passa ou se passou ali”.
Quando se faz trabalho de campo, prossegue O MGR, “o repórter deve colher depoimentos, se possível contraditórios; anotar cuidadosamente nomes e números; sentir o ambiente. Essa coleta de dados deve ser realizada com todo rigor”. Portanto, o aluno encarregado de fazer uma reportagem a partir de trabalho de campo, além das imprescindíveis anotações pessoais, poderá utilizar desde fotografias, até entrevistas, enquetes, além da observação direta dos fatos.
O MGR também aconselha que o encarregado da reportagem se informe sobre o tema que vai desenvolver antes de começar o seu trabalho. Assim, a elaboração de uma reportagem pode seguir o seguinte roteiro:
1. planejar como o assunto deverá ser tratado, que segundo o DC “é uma tentativa de orientar e dirigir metodicamente o trabalho do repórter”;
2. trabalho de campo que inclui atividades como: entrevistas, enquetes, fotos, levantamento de dados, observação direta dos fatos;
3. apuração, análise e organização dos dados. Esta etapa inclui a elaboração da notícia e do lide;
4. redação da reportagem que pode ser didática e/ou criativa. A primeira delas é aberta com um lide. Entretanto, esse lide deve conter uma frase de abertura (tópicos frasais), que dará o tom da reportagem e introduzirá as informações referenciais sobre o fato. No caso de se relatar uma catástrofe, por exemplo, Lage dá esta sugestão de tópico frasal para começar a reportagem: “Foi um dia trágico”. A segunda delas não obedece a técnicas empregadas em relatórios ou textos didáticos, por outro lado, são mais humanas e reveladoras da realidade. A reportagem livre não tem uma diretriz rígida, pois, como conclui Ricardo Kotscho, “ se houvesse uma fórmula, todos os repórteres e todos os jornais seriam iguais – e, portanto, muito chatos”.
São dele as seguintes recomendações para se fazer uma boa reportagem:
Se um repórter viver por dentro de uma história, sendo capaz de se emocionar com os personagens nela envolvidos, ele terá mais condições de contar o que aconteceu – e, principalmente, por que aconteceu – (...) Num país como o nosso, onde quase tudo ainda está por se fazer para que a maioria da população possa viver de uma forma civilizada, o jornalista não pode fazer de conta que vivemos num país e a notícia se passa noutro. Aqui, por exemplo, a informação ainda é, antes de mais nada, instrumento de mudança, matéria-prima para as transformações de que o país necessita.
A REPORTAGEM FOTOGRÁFICA
A reportagem fotográfica “tem nas fotografias o seu principal elemento informativo. Resulta numa matéria jornalística em que as fotos são acompanhadas somente de legendas ou de breve texto explicativo” (DC)
É preciso aprender a ler uma foto, uma imagem de televisão ou de filme.
Nem sempre as fotos dos jornais são expressivas ou informativas. O MGR sugere alguns meios para se obter uma boa foto jornalística:
1. a foto deve captar o fato em seu momento decisivo;
2. ela deve apresentar duas características: a da informação e a da nitidez. Os critérios para julga-la boa são os mesmos para se julgar um texto: ineditismo, impacto, expressividade;
3. o fotógrafo deve conciliar a informação e o estético para produzir uma grande fotografia jornalística;
4. o repórter-fotógrafo deve destacar os detalhes essenciais. No caso de jogadores de futebol, por exemplo, é essencial focalizar os pés dos jogadores, quando se quer ilustrar uma boa jogada;
5. o MGR recomenda que as fotos nunca sejam colocadas no centro de uma página ou nos seus cantos. Não se deve também colocar fotos lado a lado, a não ser que tenham uma relação entre si;
6. o repórter-fotógrafo deve ser perspicaz para entender determinados gestos-símbolos ou aqueles gestos e atitudes que definem gente de destaque. Por exemplo, a foto das mãos ou das mesmas entrelaçadas, indicando um movimento coletivo.
7. o repórter-fotógrafo deve observar cenários, trajes, gestos, focalizando móveis, quadros, objetos de casa, a fim de alertar para as possíveis interpretações das fotos, na maioria das vezes repletas de segundas intenções.
A LEGENDA
O DC a define como um “texto breve que acompanha uma ilustração. É uma frase curta, enxuta, destinada a indicar ou ampliar a significação daquilo que a acompanha”. Além do mais ela não deve ser redundante, ou seja, referir-se a coisas que estão claramente mostradas pela fotografia.
Deve ajudar o leitor a compreender e apreciar a foto, esclarecendo as dúvidas e chamando a sua atenção para pequenos detalhes interessantes que lhe podem ter escapado. Sua finalidade é interessar o leitor o suficiente para que volte a olhar a fotografia com maior atenção. (DC)
Quando a foto se referir a pessoas deve-se identificar cada uma das pessoas que aparecem, a menos que se trate de grandes grupos, auditórios, comícios. O nome das mesmas deve aparecer no início das legendas, seguido de indicações para localização, como: à direita, no alto, no centro, em primeiro plano.
O MGR recomenda que as legendas “precisem atender à curiosidade do leitor que quer saber: quem é? O que é? Onde foi tirada? O que significa?”.
As legendas podem ser: informativas, explicativas e humorísticas.
Há, ainda, as FOTOPOTOCAS que são as fotos já publicadas sobre as quais são desenhados balões de histórias em quadrinhos com frases humorísticas.
AS ENQUÊTES E AS ENTREVISTAS
Enquête é uma entrevista de grupo:
“Reunião de testemunhos sobre determinado assunto da atualidade, geralmente promovida por um jornal, uma emissora de rádio, com finalidade de se registrarem as diferenças de opinião do público ou do grupo de entrevistados e de se avaliar, grosso modo, uma média de opiniões”. (DC)
Entrevista é a matéria jornalística apresentada sob a forma de pergunta e resposta. Segundo os especialistas, pode-se ter:
1. entrevista noticiosa: a que procura extrair do entrevistado informações sobre fatos que resultarão em notícias:
2. entrevista de opinião: a que levanta a opinião do entrevistado sobre o assunto pesquisado;
3. entrevista “de ilustração”: aquela que levanta aspectos biográficos do entrevistado, que registra suas idéias, gostos, trajes, seu modo de falar, o ambiente em que vive;
4. entrevista coletiva: aquela em que o entrevistado responde a perguntas de diversos repórteres de diferentes veículos de comunicação. O DC informa que esse tipo de entrevista pode ser iniciado com um rápido depoimento do entrevistado.
O MGR sugere algumas dicas importantes para o entrevistador fazer bem o seu trabalho:
1. a entrevista deve ser marcada com antecedência, informando-se o entrevistado sobre o assunto e a duração do encontro;
2. o entrevistador deve primeiro levantar algumas informações sobre o entrevistado e o tema da entrevista;
3. as entrevistas podem ser gravadas ou anotadas. O MGR é enfático quanto à necessidade de o repórter fazer anotações no decorrer da entrevista, mesmo que esta seja gravada, pois ajuda a fixar as informações passadas pelo entrevistado. O entrevistador deve se apresentar com um bloco ou caderno (nunca folhas soltas) e canetas;
O entrevistador pode ainda fazer opção por:
1. não transcrever as palavras do entrevistado, que apenas constituirão fonte de informações e dados. Somente quando for necessário, apoiar-se no testemunho direto é que se transcrevem palavras do entrevistado, entre aspas;
2. transcrever as palavras do entrevistado;
3. transformar a entrevista num texto corrido, onde se reúnem as idéias e informações emitidas pelo entrevistado.
Finalmente, qualquer que seja o tipo final de redação, é imprescindível que a entrevista seja precedida por um texto de abertura, como se faz, por exemplo, nas páginas amarelas da revista Veja.
AS TIRAS JORNALÍSTICAS
As tiras surgiram nos Estados Unidos há pouco mais de um século. Elas têm por finalidade o humor, e, às vezes, a sátira.
Geralmente as tiras vêm em 2 ou 3 planos para dar a sensação de mudança de cena.
Elas são tipicamente narrativas. Há uma situação inicial, um conflito e uma situação final.
As temáticas que as envolvem: cultura, família, sociedade, enfim, questões ligadas ao cotidiano ou filosóficas.
A leitura de uma tira se faz a partir de um referencial (observar o contexto); explorar as formas; os recursos de imagens; fisionomia; o colorido; enfim, agrupar elementos que possibilitem uma leitura eficiente. Tenho que estabelecer comparações, fazer reflexões.
A CHARGE
A charge estará relacionada a fatos, principalmente, políticos, que norteiam as nossas vidas; por isso para entender uma charge, você deve ler outros textos sobre assuntos dessa categoria.
É uma maneira inteligente de se fazer uma crítica – humor.
Texto não-verbal, em geral, uma crítica sobre questões de ordem política, social etc.
Ela deixa implícitas determinadas idéias às quais, muitas vezes, são satirizados fatos específicos (marcados por uma época na história).
Nesse tipo de texto, você deve observar o contexto, localizar o momento em que ela foi editada, observar os seus traços fisionômicos para que se chegue ao seu significado; verificar a cor, os aspectos gráficos, enfim, reunir todos os elementos para que se conclua o seu entendimento.
Referência Bibliográfica
Faria, Maria Alice de Oliveira. O Jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1994.
Para a análise devemos levar em consideração:
1. Os elementos que compõem um jornal (análise externa):
Ex.: cabeçalho, título, lide e outras partes.
2. Estudo da linguagem e suas funções (análise interna);
3. Comparações de informações;
4. Gêneros Jornalísticos: Jornal Escolar.
Inicialmente, é imprescindível destacar semelhanças e diferenças entre o jornal e o livro:
1. Dimensões;
2. Qualidade do papel;
3. Numeração das páginas;
4. Espaços em branco;
5. Apresentação do texto;
6. Título e nome dos autores;
7. Variedade de caracteres tipográficos (cores, fotos e desenhos);
8. Assuntos tratados;
9. A importância da primeira página;
10. Valor atribuído ao texto.
A análise partirá do exame da PRIMEIRA PÁGINA, que, por sua vez, consta de:
- CABEÇALHO,
- MANCHETE e
- LIDE.
CABEÇALHO
Verbete cujo conceito é explicado em conformidade com o Dicionário de Comunicação de Rabaça e Barbosa (DC):
Título de jornal, revista ou outra publicação periódica, com apresentação visual permanente que permite rápida identificação do periódico pelos leitores. Compreende, além do nome, data, número de edição, preço e outras informações essenciais.
Distinção entre EDITOR e EDITOR RESPONSÁVEL:
EDITOR é a “pessoa que dirige e coordena uma publicação periódica”. Enquanto o EDITOR RESPONSÁVEL é a “pessoa que assume, para efeitos jurídicos, responsabilidade total ou parcial sobre o conteúdo da publicação”.
MANCHETE
Segundo o Dicionário Aurélio, é um “título principal, em letras garrafais, na primeira página de um jornal: “A Voz do Povo dizia, em manchete: “A revolução está praticamente extinta!” (Ribeiro Couto, Prima Belinha, p. 68.) Título de notícia, em letras maiores, em jornal ou revista”.
Já a MANCHETE, segundo o DC, é o
Título principal, composto em letras garrafais e publicado com grande destaque, geralmente no alto da primeira página de um jornal ou revista. Indica o fato jornalístico de maior importância entre as notícias contidas na edição.
A Folha de São Paulo (FSP) em seu Manual Geral de Redação (MGR) apresenta certas especificações para suas manchete, segundo a importância da notícia, afirmando que “a força da manchete decorre em parte de sua feição gráfica”. Assim, os fatos de grande importância ocupam uma linha mas estendendo-se a seis colunas da primeira página (PP). A segunda apresentação, em ordem de importância, ocupará duas linhas em quatro colunas e assim por diante.
A seguir, examinaremos algumas manchetes:
SÍLVIO “VAI À CONVENÇÃO”
COM OS DISSIDENTES DO PFL
Essa manchete ocupou seis colunas.
A segunda notícia, por ordem de importância, ocupa duas linhas em quatro colunas, utilizando-se de um subtítulo:
C I D A D E F E C H A C O N T R A P O L U I Ç Ã O
A Cetesb faz hoje teste simulado de alerta no centro
E interdita ruas até 21 h
A importância dessa notícia é aumentada pela foto que a precede, ocupando uma are de 0,039 cm², ou seja, quase 20% da superfície total da PP.
No decorrer dessa análise salienta-se a importância da definição do posicionamento ideológico, político, e da seleção do público alvo a que você aluno destina a sua informação.
Examinaremos agora uma edição do Jornal do Brasil, que de seus oito títulos, apenas um é mais destacado, em duas linhas e duas colunas:
RIO PROÍBE “SPRAY”
QUE DESTRÓI OZÔNIO
LIDE
Outro elemento fundamental da PP é o lide ou “lead”. O DC informa:
Abertura de notícia, reportagem etc., onde se apresenta sucintamente o assunto. Resumo inicial, constituído pelos elementos fundamentais do relato a ser desenvolvido no corpo do texto jornalístico. O lide torna possível, ao leitor que dispõe de pouco tempo, tomar conhecimento do fundamental de uma notícia em rapidíssima e condensada leitura do primeiro parágrafo. Sua leitura pode também “fisgar” o interesse do leitor e persuadi-lo a ler tudo até o final.
No lide é que encontramos as questões básicas do jornalismo:
QUEM?
ONDE?
O QUÊ?
QUANDO?
POR QUÊ?
COMO?
Na edição de 13/7/88, os lides da PP obedecem de perto a ordem padrão estabelecida:
Os funcionários do Banco do Brasil em São Paulo decidiram realizar hoje uma greve de 24 horas para pressionar a empresa a efetuar até o dia 20 deste mês o pagamento da URP referente aos salários de abril e maio. A decisão foi tomada em assembléia que teve a participação de aproximadamente mil pessoas (o BB tem oito mil empregados na capital).
Agora, você, responda às perguntas:
QUEM?
ONDE?
O QUÊ?
QUANDO?
POR QUÊ?
COMO?
Já neste lide da edição da FSP de 12/7/88, há inversão na ordem da apresentação dos dados:
Num discurso pronunciado no Parlamento polonês, o dirigente soviético Mikhail Gorbatchev propôs ontem, durante o início de sua visita oficial à Polônia, uma reunião de cúpula entre todos os países europeus ainda este ano, com o objetivo de discutir a redução de armas convencionais no continente.
Responda às perguntas pela ordem:
COMO?
QUEM?
O QUÊ?
QUANDO?
POR QUÊ?
No Jornal do Brasil do Rio de Janeiro, (10/6/88) a ordem das informações no lide é variada:
Decepcionados com a baixa produção de Serra Pelada, 4 mil garimpeiros invadiram, desde o início de maio, o Morro de Cotia, iniciando uma nova corrida do ouro no sul do Pará.
Perguntas:
POR QUÊ?
QUEM?
O QUÊ?
QUANDO?
ONDE?
COMO?
O Jornal da Tarde, de São Paulo, (1/7/88), em seus poucos lides, também segue uma ordem semelhante na apresentação das informações:
Os empresários da zona sul da cidade, a região mais afetada pelo racionamento, pretendem processar a SABESP pelos prejuízos diários que estão tendo com a falta de água. Os setores da construção civil estão sendo obrigados a paralisar algumas obras e dispensar operários, ou então comprar água pagando até CZ$ 30 mil por um caminhão-pipa. Página 13.
O lide do JT não é apresentado em coluna, mas em linhas de comprimento irregular e caracteres tipográficos maiores, acompanhando o estilo chamativo da sua PP. Entretanto, segue a ordem-padrão dos informes:
Perguntas:
QUEM?
O QUÊ?
POR QUÊ?
QUANDO?
COMO?
ONDE?
Como o jornal acompanha o desenrolar dos acontecimentos no seu dia-a-dia, pressupõe-se que os interessados estejam a par dos detalhes omitidos, já divulgados nos dias anteriores, não havendo necessidade de repeti-los em cada edição do jornal. Assim, por exemplo, nestas manchetes da FSP de 26/8/85:
SNI INVESTIGA O CASO DAS PEDRAS (seis colunas PP)
CONTRABANDO É “CASO POLÍTICO”, DIZ CHEFE DO SNI
(idem pág.5)
Tanto uma manchete como a outra pressupõem que o leitor esteja acompanhando os fatos.
Faz-se importante orientar ainda quanto à manchete em que há ambigüidade de informações:
CORREÇÃO VOLTA AO QUE ERA (seis colunas PP)
LEVANTAMENTO, RESUMO, RUBRICAS e CLASSIFICAÇÃO dos ASSUNTOS da PP
O Levantamento dos assuntos da PP comporta três atividades:
1. A leitura da notícia, que inclui manchete, lide e análise das fotos;
2. Redação de uma rubrica que sintetize o assunto;
3. Classificação dos assuntos em rubricas mais gerais.
Exemplos de Manchetes e Rubricas:
CIDADE FECHA CONTRA POLUIÇÃO (manchete)
Poluição em S. Paulo: teste simulado de alerta
Contra a poluição no centro de S. Paulo,
Feita pela CETESB. (rubrica)
GOVERNO QUER ALTERNATIVA PARA ANISTIA (manchete)
Anistia a médicos e pequenos empresários
e produtores rurais: antecipação do governo,
oferecendo algumas concessões. (rubrica)
RECEITA COBRARÁ Cz$ 80 BILHÕES DOS USINEIROS (manchete)
Dívida de usineiros à União: início da cobrança
pela Receita Federal da dívida de 80 bilhões dos usineiros (rubrica)
SUPERMERCADO NA Z. NORTE TAMBÉM CONGELA
PREÇOS
(manchete)
Combate à inflação: congelamento voluntário de
Preços em supermercados da Z. Norte do Rio.
(rubrica)
Para agrupar as notícias em rubricas mais gerais, José Marques de Melo em Comunicação Social – Teoria e Pesquisa sugere a seguinte classificação:
1. Política internacional
2. Política nacional
3. Administração (Executivo, Legislativo e Judiciário)
4. Cultura
5. Religião
6. Economia
7. Esportes
8. Conflitos sociais (onde entram os fatos policiais)
9. Sociedade
10. Meios de Informação (programação de cinema, TV e outros)
11. Informações práticas (meteorologia, conselhos domésticos)
12. Trabalhismo (relações entre patrões e empregados)
13. Classificados
14. Entretenimento.
Para a elaboração da PP você deve ter em vista os seguintes objetivos:
. conciliar o propósito de atrair o leitor com o de preservar a credibilidade do jornal;
. manter o equilíbrio temático, apresentando ao leitor, na medida do possível, a mais variada gama de assuntos: política, economia, exterior, cultura, local, esportes e outros;
. manter o equilíbrio estético;
. refletir o clima geral do dia anterior ou prefigurar o clima do dia que está começando.
A PP compõe-se de CABEÇALHO, MANCHETE, TÍTULOS, CHAMADAS, TEXTOS ASSINADOS, FOTOS, ILUSTRAÇÕES, SUMÁRIO, ÍNDICE, REMISSÕES e PREVISÃO DO TEMPO.
Ainda é importante salientar que a PP não se dirige apenas ao leitor de hoje, mas também ao leitor do futuro. Deve preocupar-se com o registro dramático ou solene de fatos que se transformarão em marcos históricos. Além disso, é necessário que haja uma relação de continuidade natural entre a PP de ontem, a de hoje e a de amanhã.
ESTUDO SEMIÓTICO DA PP
Para esse estudo devemos observar:
. os caracteres tipográficos dos títulos e lides;
. a alternância das cores, das linhas e dos volumes;
. a diagramação.
Quanto ao estudo dos caracteres tipográficos mais comuns em um jornal, segundo o DC temos:
. CAIXA ALTA e caixa baixa: trata-se dos tipos em maiúsculas e minúsculas. Caixa baixa é a “letra minúscula em qualquer processo de composição”;
. Redondo é a “designação do tipo comum de letras em forma de círculo, em oposição ao grifo ou itálico”;
. Grifo ou itálico é a “designação do tipo inclinado para a direita, empregado para distinguir palavras de outros idiomas, termos de gíria, termos de acepções especial, citações, títulos de obras diversas e outras”;
. Negrito é o “tipo de letra cujo desenho se caracteriza por seus traços mais grossos que os dos tipos comuns e é empregado para dar realce a alguma parte do texto, quando é necessário mais destaque do que é obtido por itálicas”.
Observações das Alternâncias das Cores, das Linhas e dos Volumes da PP
Os títulos vêm em caracteres mais grossos e por isso parecem mais negros, as letras finas dos artigos, vistas em conjunto, formam um bloco mais claro, como se impresso em cinza. Alguns jornais destacam seus títulos invertendo o processo: letras em branco em fundo negro, ou menos freqüentemente em outras cores. Ao mesmo tempo, as fotos aumentam a superfície cinza do jornal, ajudando a anunciar esse jogo negro-cinza-branco, que torna a leitura agradável aos olhos. Os bons jornais sabem tirar proveito desse jogo de cores.
Os jornais procuram estabelecer em sua PP um equilíbrio entre o horizontal e o vertical. Isto se faz tanto na utilização dos diferentes caracteres tipográficos, como no arranjo entre a extensão e tamanho das manchetes e as colunas do texto. Tudo isso se organiza num jogo de volumes onde o equilíbrio horizontal-vertical é feito através da diagramação da página.
Observação das Páginas Interiores
Manuseio das Páginas Interiores dos Jornais
No interior da PP encontramos os CADERNOS da edição, que o DC assim define:
Cada uma das partes separadas de um exemplar de jornal. Conforme a ordem, os cadernos comportam gêneros determinados de seções e de matérias. Os jornais diários normalmente reservam o primeiro caderno para as notícias de caráter geral, para os editoriais etc., e o segundo caderno para (...) amenidades, colunas sociais, crônicas, críticas de arte, cinema, teatro e outros. É freqüente a edição de cadernos dedicados a anúncios classificados ou assuntos especiais (tratados em suplementos).
AS CHAMADAS
Chamada é “um pequeno título e/ou resumo de uma matéria, publicado geralmente na PP de jornal ou na capa de revista, com o objetivo de atrair o leitor e remetê-lo para a matéria completa, apresentada nas páginas internas” (DC). A Chamada é redigida logo após o lide.
Exemplos de Chamadas:
PP: GOVERNO FARÁ MAIS CORTES NOS GASTOS
Pág. 9: GOVERNO VAI CORTAR MAIS AS SUAS
DESPESAS DE CUSTEIO
PP: LEIVA USA ATÉ CONTA DE ÁGUA NA CAMPANHA
Pág. A11: LEIVA COMEÇA A CAMPANHA
DANDO DESCONTO NA ÁGUA
CLASSIFICAÇÃO DOS ASSUNTOS NAS PÁGINAS INTERIORES
Os assuntos classificam-se em temas relacionados à vida cotidiana, como o lar, a alimentação, roupas e casa e outros.
Outros critério de classificação é o funcional, associado à própria função do jornal. Dentre as várias funções defina quais você selecionaria para compor um jornal:
. oferecer informações através de notícias;
. oferecer informações através de reportagens;
. interpretar ou comentar informações através de editoriais, artigos assinados e outros;
. publicar anúncios sobre (discriminar cada assunto)
. fornecer serviços, como publicação de editais e outros;
. oferecer distrações através de quadrinhos e outros recursos.
AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM
As funções da linguagem são: REFERENCIAL, EXPRESSIVA ou EMOTIVA, CONATIVA, FÁTICA, METALINGÜÍSTICA e POÉTICA.
Três delas nos interessam particularmente: a função REFERENCIAL, a função EXPRESSIVA ou EMOTIVA e a função CONATIVA.
A Função Referencial
A função referencial é a que estabelece a conexão mais “pura”, mais direta entre o acontecimento e a notícia. É a função que narra o fato com a maior objetividade possível e com a menor interferência.
Questiona-se, então, o que seria essa OBJETIVIDADE.
O verbete OBJETIVIDADE em conformidade com o Dicionário de Língua Portuguesa define como “1. Qualidade do que é objetivo. 2. Caráter de atitude, ou de procedimento, que é, ou pretende ser, estritamente adequado às circunstâncias. 3. Estética. Perfeição do Estilo, do desenho, da execução de uma obra, independentemente do caráter ou índole do respectivo artista. 4. Filosofia. Existência real daquilo que se concebeu no espírito; existência dos objetos fora do sujeito. (Aurélio, 1999: 1426)
Para Clóvis Rossi, a objetividade é um mito e a imprensa, segundo esse mito, “ deveria colocar-se numa posição neutra e publicar tudo o que ocorresse, deixando ao leitor a tarefa de tirar suas próprias conclusões”.
Ciro Marcondes Filho discorda da função referencial “pura”. Para ele, “Notícia é a informação transformada em mercadoria com todos os apelos estéticos, emocionais e sensacionais; para isso a informação sofre um tratamento que a adapta às normas mercadológicas de generalização, padronização, simplificação e negação do subjetivismo. Além do mais, ela é um meio de manipulação ideológica de grupos de poder social e uma forma de poder político.
Segundo esse mesmo autor “OBJETIVIDADE é impossível”, pois “a possibilidade de possuir a verdade é falsa e tende ao discurso dogmático e estabelece as características de um jornal considerado sério (que se aproxima da OBJETIVIDADE):
. o jornal não utiliza sofismas, discursos persuasivos ocultos, afirmações categóricas injustificadas;
. o jornal difunde também interpretações diferentes dos fatos, versões que possam ser discordantes daquela veiculada por ele, para mostrar o caráter hipotético da mesma;
. o jornal deixa bem clara a sua postura ideológica que o leva à interpretação dada à notícia.
A linguagem referencial dos jornais mais sérios é a expressão de uma média lingüística das pessoas cultas.
A linguagem referencial busca a objetividade através de um vocabulário escolhido e certas estruturas lingüísticas.
O vocabulário referencial deve ser denotativo eliminando a subjetividade.
Para um outro autor, Nilson Lage, a linguagem jornalística ideal deve conciliar a comunicação eficiente e a aceitação social, o que na prática reúne tudo o que é possível no registro coloquial e aceito no registro formal.
Assim, fica bem claro, que ele estabelece um polaridade: REGISTRO COLOQUIAL e REGISTRO FORMAL.
Segundo Lage, o registro formal é “próprio da modalidade escrita e das situações tensas” e é “uma imposição de ordem política”. Além do mais, diz ele que “A pressão social valoriza seu emprego e qualifica de erro todo desvio. E nem é o caso de se afrontar cegamente esta imposição: ela se confunde com a idéia de nação, ou de cultura diferenciada, além de permitir que a língua nacional se transforme mais lentamente (em lugar de transmudar-se a cada geração) e que as inovações sejam testadas antes de incorporar-se ao dicionário ou à gramática oficiais.
Enquanto o registro coloquial compreende as expressões correntes na modalidade falada, na conversa familiar, entre amigos”. É mais eficiente do ponto de vista da comunicação e “mais acessível para as pessoas de pouca escolaridade”.
Portanto, equilibrar os dois registros faz-se imprescindível.
Agora, equilibre você. Por exemplo, temos o registro formal: HOMOSSEXUAL e o registro coloquial: VEADO. Qual empregaria?
A um vocabulário pertencente ao registro coloquial, Lage incorpora um série de palavras ligadas ao contexto no momento, assim discriminadas:
. neologismos de origem coloquial sintéticos (fusca, frescão) ou de grande expressividade (dedo-duro, bóia-fria);
. denominações de objetos novos, de origem científica ou popular (leiser, orelhão);
. metáforas com intenção crítica (mordomia, marajá, biônico – e o divertido “fritar um político, um ministro,” que desde agosto de 1988, esteve na imprensa);
. atualizações necessárias (roqueiro, malufista);
. designações técnicas que precisam ser consideradas em sua exata significação para entendimento ou eficácia do texto. A Constituição está nos dando dois exemplos muito citados e discutidos nos jornais: hábeas-data e mandado de injunção.
Lage ainda tendo em vista essa OBJETIVIDADE determina a eliminação dos “adjetivos testemunhais e as aferições subjetivas”. Segundo esse autor não se deve usar “EDIFÍCIO ALTO” e “EPISÓDIO CHOCANTE”. Então, como você empregaria?
Esse último autor preocupa-se com os efeitos de realidade e afirma que:
“A busca de enunciados mais referenciais, concretos, justifica muito do trabalho na apuração de notícias: a hora exata do atropelamento, a placa do carro, o nome inteiro das pessoas, o número do túmulo, vão ter, no texto, EFEITO DE REALIDADE, isto é contribuir para a verossimilhança da história.
Outro aspecto importante no vocabulário jornalístico é a INFLUÊNCIA IDEOLÓGICA. Vocábulos como:
“MUNDO LIVRE”, “INTERNACIONALISMO PROLETÁRIO”, “COSMOPOLITISMO BURGUÊS”, “GREVE” e “LEPRA”. Seriam selecionados por você e digitados em seu jornal?
A linguagem referencial apresenta uma sintaxe de estilo. Lage chama a atenção para a diferença entre linguagem didática, predominantemente metalingüística e jornalística.
Na linguagem didática pratica-se a “explicação ou definição de um item léxico por outro”. Exemplos:
‘ A SOCIEDADE É...”
‘CHAMA-SE DE HEMATÓFAGO...”
“A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS COMPREENDE...”
Na linguagem jornalística tende-se a eliminar as relações de causa e efeito que são trocadas por constatações e justaposições no tempo:
Troca-se o PORQUÊ ou A FIM DE por “VISTO QUE”.
Ainda nessa linguagem para garantir o distanciamento do fato e supressão da subjetividade, costuma-se usar os verbos:
“AFIRMAR, ADIANTAR, PRETENDER, IR ATÉ A ...”
DIZER, DECLARAR e INDICAR são verbos empregados na linguagem jornalística. Então, temos um discurso direto ou indireto?
Além desses traços da linguagem referencial encontramos ainda os jargões. VIATURA e ELEMENTO pertencem a qual jargão?
A Função Expressiva ou Emotiva
A função expressiva ou emotiva, centrada no remetente (eu e nós), tem como objetivo transmitir a emoção de quem fala ou escreve e fazer com que o leitor ou ouvinte a experimente no correr da comunicação. “A mensagem com função emotiva”, escreve Edward Lopes, “ não vale pelo conteúdo intelectual que veicula, mas pela carga emocional”.
Em jornais, a função expressiva ou emotiva está presente em seções bem determinadas: trata-se essencialmente de “matérias engajadas”, de comentários, de enquetes orientadas, entrevistas nas quais a personalidade interrogada exprime evidentemente sua opinião, reprodução de noções, discursos, ordens do dia, notas, crônicas, seções, editoriais, artigos-chave, tribunais livre.
Ela se encontra também em certas manchetes e títulos que têm por objetivo prender a atenção do leitor pelo lado emocional, sobretudo quando referem-se às ocorrências policiais, catástrofes em que os elementos passionais são predominantes.
Entre os processos lingüísticos presentes na função expressiva, o mais completo segundo Jakobson, é apresentado pelas interjeições. Edward Lopes agrega as “palavras utilizadas para a expressão verbal (insultos, termos de calão)”, ao que se poderia acrescentar, as palavras situadas no outro pólo da expressão, como por exemplo as palavras de amor, amizade e de carinho. O mesmo autor inclui nas formas de comunicação através da função expressiva, todas as entonações de voz, nas situações de comunicação oral, “ para (o emissor) expressar o seu estado de ânimo”.
Então, como deve se apresentar a função expressiva?
Através de frases curtas, simples e, freqüentemente elípticas, podendo reduzir-se a uma única palavra, que pode ser um substantivo, um adjetivo, um verbo ou um advérbio, conforme se queira chamar a atenção para os fatos em si, ação ou os seus respectivos aspectos especiais.
Na função expressiva, é importante a escolha de um vocabulário de impacto, que se poderia chamar de palavra choque. O elemento conotativo da palavra é fundamental.
Exemplos de manchetes referenciais tornadas sensacionalistas ou emotivas:
UMA PESSOA EMBRIAGADA FOI ASSASSINADA
COM UMA FACADA NO PESCOÇO
BEBERRÃO ESTREBUCHOU ATÉ A MORTE
COM A FACA NO PESCOÇO
CASAL ENCONTRADO MORTO
NUM DEPÓSITO DE LIXO
UM CASAL DEGOLADO
NUM LIXÃO DE PERUS
Edgar Morin, sociólogo francês, afirma que, nas ocorrências policiais, os elementos protetores da vida normal são rompidos pelo acidente, a catástrofe, o crime, a paixão, o ciúme, o sadismo. O universo da ocorrência policial tem isso em comum com o imaginário ( o sonho, o romance, o filme): infringe a ordem das coisas, viola os tabus, compele ao extremo a lógica das paixões. Tem em comum com a tragédia o fato de se sujeitar à implacável fatalidade. É esse universo do sonho vivido, de tragédia vivida e de fatalidade que os jornais modernos do mundo ocidental valorizam.
Outro exemplo da função expressiva ou emotiva nos jornais está no jargão dos colunistas sociais, no discurso das revistas femininas ou na linguagem das seções esportivas. Todas as três têm como característica fundamental a cumplicidade com o seu leitor ou leitora. Segundo Paillet, a característica mais importante da linguagem das seções esportivas é que:
“torna-se ela mesma o fato, e ela hierarquiza o acontecimento entre o editorial circunspecto, técnico e sem apelo, a notícia superfatual, o relato lírico, as indiscrições destiladas, as entrevistas reveladoras e dramáticas, os comentários esportivamente espirituosos... Aí o fenômeno lingüístico expressivo, portanto, ao abrigo de uma função aparentemente conativa, encontra uma amplidão singular. O referencial é claramente a ocasião oportuna para um discurso cultural que veicula estereótipos simples, evidentes, tipos humanos, valores morais.
Estes aspectos específicos da linguagem esportiva atingem um ponto muito intenso em NPs (Notícias Populares) onde encontramos textos e manchetes de alto teor conotativo, metafórico, como estes:
TIMÃO CAI FEIO E
DEIXA FIEL CURTINDO UMA FOSSA
VERDE CHORA NA VITÓRIA
Agora, você, transcreva o texto abaixo que se apresenta em linguagem expressivo-poética em linguagem referencial:
Doce Maria,
Você,
Que é meu anjo tutelar
Vá cedinho à estação ferroviária,
Assim que raiar a aurora de róseos dedos,
E compre uma passagem no trem das oito da noite
Para a cidade do sol e das praias.
Não esqueça, grave em seu coração:
Se eu não for para o Rio de Janeiro,
Adeus cliente...
Adeus dinheiro...
Uma outra atividade que você pode fazer é a de apontar em cada frase o centro de interesse de cada uma das notícias abaixo:
(1) TORCIDA DEIXA JUIZ FURIOSO
MAMONAS SÃO LANÇADAS À QUADRA
(2) JUIZ BOTA A BOCA NO TROMBONE
CONTRA TACADORES DE MAMONA
(3) IRRITADO, JUIZ DISCUTE COM A TORCIDA:
O LANÇAMENTO DE MAMONAS ATRAPALHA OS JOGOS
(4) MAMONAS SÃO ARREMESSADAS À QUADRA:
JUIZ XINGA A TORCIDA
A Função Conativa ou Interpelativa
A função conativa ou interpelativa recai sobre o destinatário, ou seja, o “tu”, “você”, “o senhor”, “a senhora” e todas as possíveis expressões que possam ser entendidas como vocativo, sejam elas, “Colombo! Fecha a porta de teus mares”. Aqui temos o vocábulo: Colombo.
Ela é muito usada em avisos, textos publicitários, cartazes, textos políticos, panfletos, orações, correspondência profissional, mensagens radiofônicas, televisivas, diálogos, debates, projetos, reuniões em assembléias, sermões religiosos, tendo como finalidade a de convencer o interlocutor.
Em relação ao modo verbal, usa-se o imperativo, como por exemplo: “Vote em Fulano”.
O trabalho com a publicidade é um excelente meio de praticar a função conativa da língua. Exemplos, tais como:
“Leve a melhor, levando Lavínia (máquina de lavar).”
“Monte sua frota Fiat, pelo preço de um frete (automóvel marca Fiat).”
Os dois exemplos acima apresentam bastante sonoridade.
“Na embalagem da pureza, a pureza da embalagem (anúncio de leite).”
“Citro, a linha do homem de linha (produtos de toalete).”
Os dois exemplos seguintes, apresentam, além da sonoridade, a duplicidade do sentido da palavra “linha”.
E, para finalizar:
“Use Avanço que elas avançam”.
Além do verbo estar no modo imperativo, a linguagem publicitária apresenta um perfume. Em nossa sociedade convencionou-se que “homem macho” não usa perfume, no entanto, a publicidade quer justamente vender o perfume para os machos explícitos.
A NOTÍCIA
Os especialistas em jornalismo fazem distinção entre NOTÍCIA e REPORTAGEM.
Nilson Lage, em Estrutura da Notícia, a define “como o relato de uma série de fatos a partir do fato mais importante ou interessante”. Já a reportagem procede ao “levantamento de um assunto conforme ângulo preestabelecido”. Ele afirma que “noticia-se que um governo foi deposto (por um golpe); fazem-se reportagens sobre a crise político-institucional, econômica, social (...) que levou ao golpe, sobre um ou vários personagens envolvidos no episódio. A notícia é bem mais rígida, haja vista o modelo de notícia ser o LIDE. O DC completa:
Notícia é a informação exata e oportuna dos acontecimentos, opiniões e assuntos de todas as categorias que interessam aos leitores; são fatos essenciais de tudo o que aconteceu.
Para se produzir uma notícia é preciso que o redator pesquise, apure os fatos, selecione os dados importantes e os interprete. Sua linguagem ligada à função referencial, tem estrutura rígida. Escreve Lage que
“Conceitos que expressam subjetividade estão excluídos: não é notícia o que alguém pensou, imaginou, concebeu, sonhou, mas o que alguém disse, propôs, relatou ou confessou. É também axiomática, isto é, se afirma como verdadeira: não argumenta, não constrói silogismos, não conclui nem sustenta hipóteses. O que não é verdade, numa notícia, é fraude ou erro.”
A REPORTAGEM
Como na notícia, a reportagem também exige uma rigorosa “cobertura, apuração, seleção dos dados, interpretação e tratamento, dentro de determinadas técnicas e requisitos de articulação do texto jornalístico informativo” (DC)
Para o MGR (Manual de Gramática e Redação) “fazer uma reportagem é dirigir-se a um determinado local para, de volta à redação, relatar ao leitor por meio de palavras e/ou imagens o que se passa ou se passou ali”.
Quando se faz trabalho de campo, prossegue O MGR, “o repórter deve colher depoimentos, se possível contraditórios; anotar cuidadosamente nomes e números; sentir o ambiente. Essa coleta de dados deve ser realizada com todo rigor”. Portanto, o aluno encarregado de fazer uma reportagem a partir de trabalho de campo, além das imprescindíveis anotações pessoais, poderá utilizar desde fotografias, até entrevistas, enquetes, além da observação direta dos fatos.
O MGR também aconselha que o encarregado da reportagem se informe sobre o tema que vai desenvolver antes de começar o seu trabalho. Assim, a elaboração de uma reportagem pode seguir o seguinte roteiro:
1. planejar como o assunto deverá ser tratado, que segundo o DC “é uma tentativa de orientar e dirigir metodicamente o trabalho do repórter”;
2. trabalho de campo que inclui atividades como: entrevistas, enquetes, fotos, levantamento de dados, observação direta dos fatos;
3. apuração, análise e organização dos dados. Esta etapa inclui a elaboração da notícia e do lide;
4. redação da reportagem que pode ser didática e/ou criativa. A primeira delas é aberta com um lide. Entretanto, esse lide deve conter uma frase de abertura (tópicos frasais), que dará o tom da reportagem e introduzirá as informações referenciais sobre o fato. No caso de se relatar uma catástrofe, por exemplo, Lage dá esta sugestão de tópico frasal para começar a reportagem: “Foi um dia trágico”. A segunda delas não obedece a técnicas empregadas em relatórios ou textos didáticos, por outro lado, são mais humanas e reveladoras da realidade. A reportagem livre não tem uma diretriz rígida, pois, como conclui Ricardo Kotscho, “ se houvesse uma fórmula, todos os repórteres e todos os jornais seriam iguais – e, portanto, muito chatos”.
São dele as seguintes recomendações para se fazer uma boa reportagem:
Se um repórter viver por dentro de uma história, sendo capaz de se emocionar com os personagens nela envolvidos, ele terá mais condições de contar o que aconteceu – e, principalmente, por que aconteceu – (...) Num país como o nosso, onde quase tudo ainda está por se fazer para que a maioria da população possa viver de uma forma civilizada, o jornalista não pode fazer de conta que vivemos num país e a notícia se passa noutro. Aqui, por exemplo, a informação ainda é, antes de mais nada, instrumento de mudança, matéria-prima para as transformações de que o país necessita.
A REPORTAGEM FOTOGRÁFICA
A reportagem fotográfica “tem nas fotografias o seu principal elemento informativo. Resulta numa matéria jornalística em que as fotos são acompanhadas somente de legendas ou de breve texto explicativo” (DC)
É preciso aprender a ler uma foto, uma imagem de televisão ou de filme.
Nem sempre as fotos dos jornais são expressivas ou informativas. O MGR sugere alguns meios para se obter uma boa foto jornalística:
1. a foto deve captar o fato em seu momento decisivo;
2. ela deve apresentar duas características: a da informação e a da nitidez. Os critérios para julga-la boa são os mesmos para se julgar um texto: ineditismo, impacto, expressividade;
3. o fotógrafo deve conciliar a informação e o estético para produzir uma grande fotografia jornalística;
4. o repórter-fotógrafo deve destacar os detalhes essenciais. No caso de jogadores de futebol, por exemplo, é essencial focalizar os pés dos jogadores, quando se quer ilustrar uma boa jogada;
5. o MGR recomenda que as fotos nunca sejam colocadas no centro de uma página ou nos seus cantos. Não se deve também colocar fotos lado a lado, a não ser que tenham uma relação entre si;
6. o repórter-fotógrafo deve ser perspicaz para entender determinados gestos-símbolos ou aqueles gestos e atitudes que definem gente de destaque. Por exemplo, a foto das mãos ou das mesmas entrelaçadas, indicando um movimento coletivo.
7. o repórter-fotógrafo deve observar cenários, trajes, gestos, focalizando móveis, quadros, objetos de casa, a fim de alertar para as possíveis interpretações das fotos, na maioria das vezes repletas de segundas intenções.
A LEGENDA
O DC a define como um “texto breve que acompanha uma ilustração. É uma frase curta, enxuta, destinada a indicar ou ampliar a significação daquilo que a acompanha”. Além do mais ela não deve ser redundante, ou seja, referir-se a coisas que estão claramente mostradas pela fotografia.
Deve ajudar o leitor a compreender e apreciar a foto, esclarecendo as dúvidas e chamando a sua atenção para pequenos detalhes interessantes que lhe podem ter escapado. Sua finalidade é interessar o leitor o suficiente para que volte a olhar a fotografia com maior atenção. (DC)
Quando a foto se referir a pessoas deve-se identificar cada uma das pessoas que aparecem, a menos que se trate de grandes grupos, auditórios, comícios. O nome das mesmas deve aparecer no início das legendas, seguido de indicações para localização, como: à direita, no alto, no centro, em primeiro plano.
O MGR recomenda que as legendas “precisem atender à curiosidade do leitor que quer saber: quem é? O que é? Onde foi tirada? O que significa?”.
As legendas podem ser: informativas, explicativas e humorísticas.
Há, ainda, as FOTOPOTOCAS que são as fotos já publicadas sobre as quais são desenhados balões de histórias em quadrinhos com frases humorísticas.
AS ENQUÊTES E AS ENTREVISTAS
Enquête é uma entrevista de grupo:
“Reunião de testemunhos sobre determinado assunto da atualidade, geralmente promovida por um jornal, uma emissora de rádio, com finalidade de se registrarem as diferenças de opinião do público ou do grupo de entrevistados e de se avaliar, grosso modo, uma média de opiniões”. (DC)
Entrevista é a matéria jornalística apresentada sob a forma de pergunta e resposta. Segundo os especialistas, pode-se ter:
1. entrevista noticiosa: a que procura extrair do entrevistado informações sobre fatos que resultarão em notícias:
2. entrevista de opinião: a que levanta a opinião do entrevistado sobre o assunto pesquisado;
3. entrevista “de ilustração”: aquela que levanta aspectos biográficos do entrevistado, que registra suas idéias, gostos, trajes, seu modo de falar, o ambiente em que vive;
4. entrevista coletiva: aquela em que o entrevistado responde a perguntas de diversos repórteres de diferentes veículos de comunicação. O DC informa que esse tipo de entrevista pode ser iniciado com um rápido depoimento do entrevistado.
O MGR sugere algumas dicas importantes para o entrevistador fazer bem o seu trabalho:
1. a entrevista deve ser marcada com antecedência, informando-se o entrevistado sobre o assunto e a duração do encontro;
2. o entrevistador deve primeiro levantar algumas informações sobre o entrevistado e o tema da entrevista;
3. as entrevistas podem ser gravadas ou anotadas. O MGR é enfático quanto à necessidade de o repórter fazer anotações no decorrer da entrevista, mesmo que esta seja gravada, pois ajuda a fixar as informações passadas pelo entrevistado. O entrevistador deve se apresentar com um bloco ou caderno (nunca folhas soltas) e canetas;
O entrevistador pode ainda fazer opção por:
1. não transcrever as palavras do entrevistado, que apenas constituirão fonte de informações e dados. Somente quando for necessário, apoiar-se no testemunho direto é que se transcrevem palavras do entrevistado, entre aspas;
2. transcrever as palavras do entrevistado;
3. transformar a entrevista num texto corrido, onde se reúnem as idéias e informações emitidas pelo entrevistado.
Finalmente, qualquer que seja o tipo final de redação, é imprescindível que a entrevista seja precedida por um texto de abertura, como se faz, por exemplo, nas páginas amarelas da revista Veja.
AS TIRAS JORNALÍSTICAS
As tiras surgiram nos Estados Unidos há pouco mais de um século. Elas têm por finalidade o humor, e, às vezes, a sátira.
Geralmente as tiras vêm em 2 ou 3 planos para dar a sensação de mudança de cena.
Elas são tipicamente narrativas. Há uma situação inicial, um conflito e uma situação final.
As temáticas que as envolvem: cultura, família, sociedade, enfim, questões ligadas ao cotidiano ou filosóficas.
A leitura de uma tira se faz a partir de um referencial (observar o contexto); explorar as formas; os recursos de imagens; fisionomia; o colorido; enfim, agrupar elementos que possibilitem uma leitura eficiente. Tenho que estabelecer comparações, fazer reflexões.
A CHARGE
A charge estará relacionada a fatos, principalmente, políticos, que norteiam as nossas vidas; por isso para entender uma charge, você deve ler outros textos sobre assuntos dessa categoria.
É uma maneira inteligente de se fazer uma crítica – humor.
Texto não-verbal, em geral, uma crítica sobre questões de ordem política, social etc.
Ela deixa implícitas determinadas idéias às quais, muitas vezes, são satirizados fatos específicos (marcados por uma época na história).
Nesse tipo de texto, você deve observar o contexto, localizar o momento em que ela foi editada, observar os seus traços fisionômicos para que se chegue ao seu significado; verificar a cor, os aspectos gráficos, enfim, reunir todos os elementos para que se conclua o seu entendimento.
Referência Bibliográfica
Faria, Maria Alice de Oliveira. O Jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1994.
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