quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Perfil

Perfil
Cristovão Tezza (1952) nasceu em Lages (SC) e vive em Curitiba desde o início da década de 1960. Publicou 12 obras de ficção, com destaque para Trapo, Juliano Pavollini e Uma noite em Curitiba, tendo recebido em 1998 o "Prêmio Machado de Assis", da Fundação Biblioteca Nacional, na categoria Romance, por Breve espaço entre cor e sombra. Aspectos de sua obra e discussões sobre literatura dão o tom desta entrevista exclusiva que Tezza concedeu à revista Radar de Julho/Agosto de 2002.
icamente para O que o levou para a literatura, mais especifa ficção longa?
Bem, o que leva alguém à literatura ou à arte em geral é desses mistérios difíceis de decifrar. No meu caso, acho que foi um envolvimento, desde cedo, com a geração contestatória dos anos 60 e 70 que me formou. Contestação política contra a ditadura militar, contestação poética contra o que difusamente eu entendia por "sistema", e um certo desejo partilhado de mudar o mundo. A literatura, e junto com ela o teatro, entravam aí, nos meus 13 ou 14 anos., antes mesmo que eu soubesse escrever. Um pouco mais tarde, passei da poesia para a narrativa, que sempre senti como a minha linguagem, ou o meu desejo.
No início da sua carreira, você escreveu contos, reunidos em A cidade inventada, mas depois não voltou a esse gênero. Há algum projeto de escrever ficção curta?
Na verdade cheguei a escrever três longos romances, entre 18 e os 20 e poucos anos, todos imprestáveis. Como se eu resolvesse "aprender a escrever", para então me tornar escritor, comecei a trabalhar nos contos de A cidade inventada, que fui escrevendo e reescrevendo de 72 a 78. É um livro de exercícios - quer dizer, isso digo agora. Mas todos os meus temas estão ali, em semente. Depois, nunca mais escrevi contos - acho que não é a minha praia. Tenho eventualmente publicado algum conto, mas são todos "vampirizados", refeitos e transformados deste meu primeiro livro.

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