Poema
O assassino era o escriba
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida, regular como um paradigma de 1ª conjugação.Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial, ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito assindético de nos torturar com um aposto.Casou-se com uma regência.Foi infeliz.Era possessivo como um pronome.E ela era bitransitiva.Tentou ir para os EUA.Não deu.Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.A interjeição do bigode declinava partículas expletivas, conetivos e agentes da passiva, o tempo todo.Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.(Paulo Leminski)
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
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